Comunicação e o ataque conservador aos direitos da cidadania

O ataque conservador aos direitos dos cidadãos e cidadãs, as minorias e sociedade civil organizada, chamados de “ativistas sociais”, tem uma estratégia central que é o uso da comunicação e suas ferramentas, sejam as tradicionais, sejam as mídias digitais, com o intuito de formatar uma subjetividade ideologicamente comprometida com as regras do mercado.
Esta formatação da comunicação nos dias atuais em todo o mundo tem um elemento descortinado nos anos de 2011 “com a verdade das armas químicas que justificaram o ataque ao Iraque” mostrando-se como ficção, gerando assim, o conceito de pós-verdade. Desnudada então a transformação da verdade conhecida e construída socialmente, em uma pós-verdade, uma verdade efêmera, mutável conforme os interesses de quem as produz, digo, nossas elites.
Não é à toa que a fake news – a notícia falsa – está a ser combatida pelos oligopólios da comunicação, em um formato perverso: primeiro a mídia conservadora distorce fatos construindo notícias falsas, que passam a serem verdades; por outro lado a criminalização de todos que produzem comunicação e que não estão atrelados aos grandes e tradicionais meios de comunicação; e por último, as verdadeiras notícias falsas, produzidas vergonhosa e intencionalmente por pessoas que representam os grandes interesses conservadores.
Diante desta realidade, os progressistas libertários, ou democratas progressistas, como queiram, aparentam não ter assimilado o golpe. Apresentam-se desnorteados. Fazendo um debate inócuo e desorganizado, não sabem por onde começar. Dizem que a estratégia é resistir, sem observar que os suprimentos estão sendo cortados aos poucos, e que rapidamente poderá ocorrer a devastação quando ruírem os muros da resistência. Resistir somente, sem uma estratégia clara de reorganização é falência. E uma reorganização sem prever a realização de ataques, será a sucumbência total.
Centralizar informações, com atestado de procedência, é uma estratégia que tem por objetivo construir uma metodologia de busca de respostas, estratégias e linhas de intervenção coletiva que permita, no médio prazo, estabelecer uma nova correlação de forças entre o conservadorismo e os progressistas libertários, ou democratas progressistas.
Nossas lideranças políticas precisam compreender que estratégias umbiguistas, baseadas no corporativismo político, são elementos que asfixiam a construção de uma saída para essa constrangedora situação de ser amalgamado por uma direita que usa bordões conservadores como ferramenta para comunicar-se como uma plateia treinada para o não-pensamento crítico.
A saída para esse caos será necessariamente uma construção coletiva.

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